MONTE DE LEITURAS: blog do Alfredo Monte

08/01/2013

A Shoah e a fabulação: “Beatriz & Virgílio”, de Yann Martel

beatricevirgil

“Como pode haver algo bonito depois de tudo que vivemos? (…) Ah, Beatriz, como vamos falar sobre o que nos aconteceu um dia, quando tudo tiver terminado?”

“É evidente que a sua filha está morta. Se pisar na cabeça dela, pode chegar um  pouco mais alto, onde o ar é melhor. Você pisa na cabeça da sua filha?”

beatriz e virgílio

(resenha publicada originalmente em A TRIBUNA de Santos, em 08 de janeiro de 2013)

Enquanto o espectador de As Aventuras de Pi se depara com graves questões filosóficas camufladas num enredo fantasioso e no formato 3D, o leitor brasileiro pode conferir Beatriz & Virgílio [tradução de Maria Helena Rouanet para Beatrice & Virgil, Canada-2010], o mais recente romance de Yann Martel, que escreveu o premiado livro transposto para as telas por Ang Lee.

Foram oito anos entre um e outro. E se Pi, não obstante toda a badalação, resultara controverso (acusado de plágio e rejeitado por uma parcela da crítica como uma “autoajuda” disfarçada de ficção, um pouquinho melhor que A Cabana; eu, por meu turno, considero-o admirável), Beatriz & Virgílio, alvo de desagrado quase geral, ganhou epítetos como “pretensioso” e “mixórdia”. Resumindo: para a maioria dos comentadores, Martel não conseguiu realizar seu intento de propor uma representação artística original, não-testemunhal e não-realista, para a questão da SHOAH, popularizada com o termo Holocausto, utilizando uma fábula com animais. Beatriz é uma mula e Virgílio, um macaco (mais especificamente, um bugio-labareda); ambos os nomes, como se sabe, remetem à Divina Comédia: são os guias de Dante pela cosmologia alegórica do poema. Não há dúvida de que os campos de extermínio nazistas eram espaços “dantescos”.

Henry, o protagonista, é um escritor que finaliza ao mesmo tempo dois manuscritos sobre o já exploradíssimo tema, um ficcional e outro ensaístico, planejando publicá-los num “flip book”, em que dois textos convivem no mesmo volume de forma invertida: “um livro com duas portas de entrada, mas sem nenhuma saída. O seu formato concretiza a noção de que o tema ali não tem solução, não tem qualquer quarta capa que possa clara e cabalmente dá-lo por encerrado. Seus editores rejeitam a proposta e ele, abandonando a carreira literária, muda-se para uma metrópole genérica do mundo globalizado, onde estuda música, participa de um grupo de teatro amador, passeia com seu cão (há uma gata também, e os dois bichos terão um destino cruel). Sua esposa fica grávida.

Nesse ínterim, recebe pelo correio um fragmento da peça na qual Beatriz e Virgílio são protagonistas. Ao entrar em contato com o autor, descobre tratar-se de um taxidermista octogenário, rude e misterioso, que almeja terminar a obra, que conheceremos em fragmentos, e vai cada vez mais se afigurar uma alegoria da SHOAH (realizando o que Henry queria alcançar), evocada como “Horrores”, no vocabulário peculiar aos dois animais, os quais provisoriamente conseguiram sobreviver a eles, embora não saibam como prosseguir suas vidas, nem falar sobre suas experiências (num cenário que é uma camisa listrada; a peça tem como título Uma Camisa do Século XX)…

A meu ver, não há nada de mixórdia ou de pretensioso em Beatriz & Virgílio. O surpreendente e brilhante canadense é um caso raro, nos dias de hoje, de um autor que se propõe a enfrentar grandes questões, não compartimentando a ficção das chamadas “áreas do conhecimento”. E ele está certo: o cunho testemunhal que cercou a SHOAH fez dela um evento-tabu, que as pessoas protegem da representação artística (muitos, e Adorno foi um abre-alas nessa linha, consideram algo inexprimível e condenam quem tente fazê-lo), como se fosse algo único na história. Pondo as cartas na mesa: foi algo monstruoso, mas nem único nem mesmo o pior. Muito próximo cronologicamente podemos localizar evento igualmente inconcebível: as bombas nucleares norte-americanas, que dizimaram civis inocentes em Hiroshima e Nagasaki. E vários exemplos, inclusive do noticiário recente (o próprio povo judeu, enquanto cidadãos do criminoso estado de Israel, em sua ação injustificável na Palestina, parece não ter aprendido a advertência que a SHOAH deveria representar para a humanidade), podem ser colhidos no tocante à determinação em causar sofrimento sistemático a populações inteiras devido a premissas políticas, étnicas ou econômicas.

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Por outro lado, eu diria que a ideia a de abordar o tema sob o ângulo da fábula com bichos (sem falar na dantesca loja do taxidermista) é extremamente necessária e urgente, uma vez que nós, humanos, continuamos a atormentar, torturar e extinguir os animais deste planeta, mesmo quando não há necessidade de sobrevivência envolvida (em safáris, rodeios, touradas, tráficos diversos). Aliás, o vulgarizado termo Holocausto é sumamente irônico, pois alude ao infame costume de sacrificar animais ao longo de toda a tradição judaica (agora eu me pergunto: que tipo de Deus gostaria desse tipo de oferenda?), embora prática assaz divulgada também em outras tradições, não menos bestiais.

O ponto fraco de Beatriz & Virgílio é justamente a peça: enquanto todos os outros ingredientes da narrativa são explorados com feliz acuidade, além de uma concisão muito bem-vinda (o único defeito de A Vida de Pi era ser longo em demasia), como o cotidiano de Henry, seu fascínio com a loja de animais empalhados, a estranha colaboração entre ele e o taxidermista, e apesar de alguns momentos poderosos (as lancinantes cenas de tortura e execução, por exemplo), ela nunca a chega a ser muito interessante como fábula (ao contrário do relato de Pi), atropelada pela sua “moral”, pela mensagem imediatamente decodificada. Em compensação, são arrepiantes as Brincadeiras para Gustav (uma das quais transcrevi em epígrafe) que encerram um livro que, se não é “gostável” como o anterior, ao ser fechado (e sem ser um “flip book”), ninguém consegue dá-lo como realmente encerrado. Todas as questões ficam martelando a nossa cabeça. Não há “moral” que dê conta dessa fábula.

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TRECHO ESCOLHIDO:

“O sujeito se levantou da cadeira e foi até a pia. Os cacos de vidro faziam craque, craque sob os seus pés. De uma prateleira embaixo de uma das bancadas, tirou uma vassoura e uma pá. Varreu o chão todo. Depois, apanhou umas luvas de borracha e as calçou. Debruçou-se na pia. O silêncio não lhe pesava nada. Henry ficou observando aquele homem e, minutos depois, o viu sob nova luz. Era um velho. Um velho encurvado diante de uma pia, trabalhando. Teria mulher, filhos? Não havia nenhuma aliança nos seus dedos, mas isso podia ser por causa do seu tipo de trabalho. Seria viúvo? Henry fitou o seu perfil. O que haveria por baixo daquela impassibilidade: Solidão? Preocupação? Ambição frustrada?

   O taxidermista se aprumou. O esqueleto do coelho estava nas suas mãos enormes. Era uma peça única, com cada osso ainda ligado ao vizinho; um objeto branquíssimo que parecia pequeno e frágil. Ele o virou, examinando-o com todo cuidado. Pareia até que estava segurando um bebê bem pequeno.

   Um homem de uma só história, um Lampedusa às voltas com o seu Leopardo, pensou Henry. Bloqueio criativo não é brincadeira, a não ser talvez para aqueles espíritos sem imaginação, que nem sequer tentaram pôr uma marca pessoal no que fazem. Não é apenas um esforço particular, um trabalho, que é negado, é todo o nosso ser. É a morte de um pequeno deus dentro de nós, uma parte que achávamos que devia ser imortal. Quando estamos enfrentando um bloqueio criativo, tudo o que nos resta—Henry olhou a oficina ao seu redor–tudo o que nos resta são peles mortas.

   O taxidermista abriu a torneira e enxaguou o esqueleto num filete de água. Voltou a sacudi-lo e o pôs na bancada perto da pia.

__ Por que um macaco e uma mula? O senhor me contou como conseguiu esses dois aqui—indagou Henry, estendendo a mão e tocando a mula. Ficou espantado ao sentir aquele pelo tão flexível e lanoso—Mas por que esses animais em especial para a sua história?

__ Porque acredita-se que macacos são espertos e ágeis, e que as mulas são teimosas e trabalhadoras. Estas são as características de que os animais precisam para sobreviver. Elas os tornam maleáveis e criativos, capazes de se adaptar às alterações das condições.”

VER TAMBÉM NO BLOG:

https://armonte.wordpress.com/2012/12/13/leituras-em-espelho-max-e-os-felinos-e-vida-de-pi/

Shoah-Memorial-Paris

13/12/2012

Leituras em espelho: MAX E OS FELINOS e VIDA DE PI

(resenha publicada originalmente em A TRIBUNA de Santos, em 24 de julho de 2012)

Há dez anos, uma controvérsia cercou a premiação de A vida de Pi (Life of Pi, 2001) com o Booker Prize, o mais prestigiado da língua inglesa: o livro de Yann Martel plagiara  Max e os felinos (1981), de Moacyr Scliar? Em ambos, o jovem sobrevivente (um alemão fugindo do nazismo rumo ao Brasil, em Scliar; um indiano, cuja família administrava um zoológico e que resolve emigrar para o Canadá, em Martel) de um naufrágio, protagonista do relato,  tinha de conviver num bote salva-vidas com um felino imponente (um jaguar, no autor brasileiro; um tigre-de-Bengala, no canadense).

Scliar procurou afastar a embaraçosa acusação de plágio e revelou-se melindrado mais porque Martel o citara entre as pessoas a quem agradecia numa nota (“a centelha de inspiração devo-a ao sr. Moacyr Scliar”), sem explicar o porquê e nem citar Max e os felinos (aliás, Martel, demostrando uma inabilidade campeã, para não dizer desagradável, afirmava nem ter lido o texto e apenas  conhecer seu enredo através de uma resenha negativa, considerando um desperdício ideia tão boa e tão mal aproveitada).

Bem, passou-se uma década, Scliar faleceu em 2011 e mesmo sob suspeita, A vida de Pi ganhou não apenas uma, mas duas traduções brasileiras: a primeira pela Rocco, e uma recente, feita por Maria Helena Rouanet para a Nova Fronteira (embora, no geral, esta nova versão seja mais bem-acabada, prefiro várias soluções da anterior,  mais crua e objetiva, de Alda Porto, mas é questão de gosto). E podemos verificar com mais serenidade as duas questões principais levantadas pelo incidente: se há de fato plágio, e qual dos dois é mais interessante —ou  haveria uma equivalência de qualidade?

Acho que, não obstante a deselegância de Martel ao se referir a Scliar e à maneira como aproveitou a “centelha de inspiração”, não há plágio algum porque a situação do náufrago no bote com um animal feroz não é o ponto central de Max e os felinos. Scliar narra a trajetória de vida de Max Schmidt, na qual vários representantes felinos desde a sua infância simbolizam e exteriorizam forças contra as quais ele tem de se haver (o autoritarismo do pai, o nazismo, a adaptação ao solo brasileiro). Trata-se de um texto correto e simpático, com essa boa sacada do jaguar a bordo, contudo sem grandes voos. De certa forma, sim, um desperdício (como tantos outros que Scliar cometeu em sua carreira).

Em compensação, A vida de Pi é  fora do comum. E é Martel quem aproveita integralmente as possibilidades que a convivência entre um ser humano e uma “fera” num espaço exíguo comporta.

Para começar, ele criou uma voz narrativa irresistível, a de Pi Patel (seu apelido é uma alusão ao famoso número representado pela letra grega  ,do qual ele se apropriou para que não ridicularizassem seu nome) e, a partir dela, construiu um romance filosófico poderoso. Recordando sua existência e suas pesquisas espirituais (queria ser ao mesmo tempo devoto do hinduísmo, cristão e muçulmano) e, após o naufrágio,  convivendo com Richard Parker (o nome dado ao tigre), ele faz o leitor enfrentar pesadas questões teológicas, as quais, em última instância, colocam em xeque a existência de uma Providência Divina, a questão da indiferença da natureza ao nosso destino individual, a irredutível diferença dos animais com relação a nós, que tentamos tanto antropomorfizá-los, torná-los parecidos conosco, e a questão-limite da sobrevivência: como ficam nossos valores éticos e nossas regras e rituais diante do bruto fato de que temos de viver dia a dia. Estamos longe, aqui, das águas rasas de Max e os felinos.

Pi alega ter convivido “duzentos e vinte e sete dias” com Richard Parker (há episódios que nos remetem aos romances juvenis de aventura, a Robinson Crusoé, que “recheiam”, é claro, esses dias narrados com minúcia e uma beleza atordoante, como a caracterização do “tráfego” sob a água: “Eu contemplava aquele tumulto urbano como alguém observando uma cidade de um balão de ar quente. Era um espetáculo maravilhoso, que inspirava reverente admiração. Com certeza é o que deve parecer Tóquio na hora do rush” ).

Colocado contra a parede por profissionais que apuram  o naufrágio, ele acaba narrando uma outra versão, mais realista, mais sórdida, talvez mais terrível porque envolve o território humano tão somente.

Mas A vida de Pi não se reduz a uma alegoria, em que os animais representam determinadas atitudes e qualidades, num disfarce habilidoso. A originalidade desse romance extraordinário é conseguir que acreditemos inteiramente na versão que Pi construiu para si, para sobreviver (no sentido psíquico) à sua experiência-limite, de tal maneira ela é eficaz em todos os seus componente narrativos. Talvez porque seja mais saudável acreditar em fábulas. Com elas pelo menos aprendemos algo.

ANEXO- Cenas de Naufrágio:

“Uma noite Max acordou com a sensação de que algo anormal ocorria a bordo. Os animais estavam mais agitados do que de costume. Sentou na cama. Sim, alguma coisa estranha estava acontecendo: ouvia o ruído de passos apressados, um confuso vozerio. Vestiu-se rapidamente, saiu—e neste momento as luzes se apagaram. Na semi-obscuridade via vultos correndo de um lado para outro. O que está acontecendo? –perguntou, mas ninguém lhe respondia. Dirigiu-se para o convés—e só então notou que o navio estava adernado, e que continuava adernando rapidamente (…) o navio estava afundando. Os barcos  desciam rapidamente, e logo não havia mais ninguém a bordo. Assustado, Max correu para a amurada:

__ Não me deixem aqui.

   Inútil: os barcos s afastavam rapidamente. Ah, traidores, berrou Max. De repente percebia tudo. O Germania jamais deveria chegar a seu destino, aquele naufrágio estava planejado desde o início (…) Canalhas, rosnou Max—mas agora não podia perder tempo, o Germania afundaria em minutos. Correu à popa e ali—milagre—encontrou um pequeno escaler (…)

    Ao clarear do dia viu-se sozinho na vastidão do oceano. Enorme angústia apossou-se dele; pôs-se a chorar desabaladamente. Que triste situação. Que triste vida. Infância não de todo feliz; adolescência atormentada; fuga precipitada da pátria e agora isso, o naufrágio! Era demais. Chorava, sim, chorava e se maldizia também: por que tivera de se meter com uma mulher casada? Com um esquerdista maluco? Não sabia ele que na certa as coisas terminariam mal? (…)

   Teve então uma ideia: improvisar uma espécie de cabana com os destroços do Germania que flutuavam a seu redor. Uma grande caixa de madeira, boiando a pequena distância, parecia  adequada para isto. Com muito esforço, remou até lá.

   Puxou a caixa para junto do barco. Examinou-a e constatou que tinha, na parte superior, uma tampa fechada por um cadeado que agora, quebrado, pendia frouxo. Max retirou-o.

   Alguma coisa pulou de dentro da caixa, arremessando-o com força inaudita contra o chão do escaler. Max bateu com a cabeça, perdeu os sentidos.

   Aos poucos foi se recuperando. Abriu os olhos.

    O berro que soltou atroou os ares. Diante dele, sentado sobre o banco do escaler, estava um jaguar.” (MAX E OS FELINOS)[1]

“O navio afundou. Fez um som que parecia um monstruoso arroto metálico. As coisas ficaram borbulhando na água e, depois, desapareceram. Tudo gritava: o mar, o vento, o meu coração. Do bote salva-vidas, vi algo na água.

–Richard Parker, é você?—gritei.—Está tão difícil enxergar. Ah, se essa chuva parasse… Richard Parker? Richard Parker? É você mesmo!

   Só dava para ver a cabeça dele, que lutava para se manter na superfície.

__ Jesus, Maria, Maomé e Vishnu, que bom ver voc~e, Richard Parker! Não desista, por favor. Venha para o bote. Está ouvindo esse apito? Triiiiii! Triiiiii! Triiiiii! É isso mesmo. Nade, nade! Você é um ótimo nadador. Não são nem trinta metros.

   Ele tinha me visto. Parecia em pânico. Começou a nadar na minha direção. Ao meu redor, a água se movia furiosamente. Ali, ele parecia pequeno e indefeso.

__ Dá para acreditar no que nos aconteceu, Richard Parker? Diga que é um pesadelo. Diga que não é verdade. Diga que ainda estou na minha cabine no Tsimtsum, me virando e me debatendo, e que logo vou acordar desse pesadelo. Diga que continuo a ser feliz (…) Que Vishnu me preserve, que Allah me proteja, que Cristo me salve, não aguento isso! (…) Todas as coisas de que eu gostava na vida foram destruídas. E não mereço uma explicação? Vou ter de sofrer o diabo sem que o céu me dê qualquer justificativa? Nesse caso, de que serve a razão, Richard Parker? Ela só vale para brilhar com relação a coisas práticas: conseguir comida, roupas e um abrigo? Por que a razão não é capaz de dar respostas maiores? Por que não podemos lançar uma pergunta mais longe do que podemos alcançar uma resposta? Por que uma rede tão grande se há tão pouco peixe para pescar?” (VIDA DE PI)[2]


[1] Note-se que Scliar tem o cuidado de fazer com que Max bata a cabeça e desmaie antes de constatar a presença do jaguar no escaler, pois sempre se pode atribuir todos os episódios seguintes a uma alucinação.

[2] Assim está na tradução de Maria Helena Rouanet.A título de curiosidade, veja-se como o trecho final ficou na versão de Alda Porto:

“…Cada pequena coisa que eu valorizava na vida foi destruída. E não me dão explicação alguma? Vou sofrer o diabo sem nenhuma explicação do céu?Nesse caso, qual o propósito da razão, Richard Parker? Não é mais que brilhar nas coisas práticas da vida…a obtenção de comida, roupa e abrigo? Por que a razão não sabe dar as grandes respostas? Por que podemos lançar uma pergunta muito mais longe do que podemos receber uma resposta? Por que uma rede tão imensa, se há tão pouco peixe para pegar?”

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